domingo, 8 de fevereiro de 2015

3 MESES: SÓBRIA, NA FOSSA, NA CHUVA.

Aqui estou no 3º mês sem álcool, de coração partido, me sentindo uma merda e com uma vontade intensa de beber, chutar o balde, ligar pra ele de madrugada, perdida, entorpecida e dizer tudo o que sinto, pra depois levar um fora, abrir mais uma garrafa, chorar deitada no chão da sala, arrependida, com o rímel borrando a cara.

Uau.

Esse era o meu combo preferido depois do McChicken com Coca-Light aumentando a batata.

Mas agora eu sou sóbria, eu sou fina, eu choro sozinha e o meu celular não é uma arma. Se for pra enumerar o lado bom de não beber na fossa, este item é campeão! E que fato inédito não arrastar a cara na Medina e deixar essa paixão inconveniente morrer dentro de mim num silêncio de domingo. Que vire música! Que seja ficção! Pois o meu coração merece paixões convenientes e públicas, reais e correspondidas! Os amores platônicos já iam morrer sem saber, agora as paixões passageiras também.

Na sexta-feira ganhei um beck de presente e, ao dar o primeiro trago, falei bem alto pra mim mesma: não vou trocar o álcool por maconha. Sinto muito. Nem por maconha, nem por comida e nem por uma paixão barata. E aí joguei tudo no lixo e tirei o lixo da minha casa. Não vou me entorpecer e pronto. Não vou fugir. Chega!

Chorei a noite inteira. Acordei com o rosto tão inchado que mal conseguia abrir os olhos. Coloquei as minhas músicas deprês no ipod, abracei a dor e levei ela pra passear na praia. Eu andava e chorava. As pessoas me olhavam e eu cantava sozinha uma playlist que ia de Amy Winehouse a Stevie Wonder. Nossa, nem quando eu bebia eu saía na rua tão louca assim! Cheguei em casa e consegui rir de mim. Depois a minha garganta deu sinais de que o corpo ia abraçar a dor também e passei o fim de semana num misto de chuva, febre, choro e algum rancor.

Mas estou aqui, inteira, pra dizer que completei 3 meses sóbria.
E nada vai me fazer desviar do meu caminho.
Esse longo e tortuoso caminho em direção ao amor próprio.

















"Manhã no Rio Sena com Chuva" - Claude MONET

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